Bancos ampliam linhas de créditos para financiar projetos renováveis

Levantamento realizado pelo Canal Solar apontou que quatro instituições financeiras estão apostando cada vez mais em energias sustentáveis

Autor:   22 de março de 2021

O futuro será cada vez mais solar”, essa é a análise de especialistas do setor. Segundo Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), a expectativa é de crescimento acelerado nos projetos para 2021. 

Lucas Freitas, CEO da Genyx, também comentou que com a tecnologia ainda mais difundida, o payback mais do que comprovado e os preços ficando mais acessíveis, a previsão é de uma explosão de demanda.

Não há dúvidas, o mercado fotovoltaico vem seguindo uma curva exponencial de crescimento nos últimos anos e a tendência é alavancar ainda mais no futuro. Por isso, empresas de diversos segmentos estão apostando na solar, como instituições financeiras.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, aprovou um financiamento de R$ 191 milhões para a Powertis, especializada em projetos solares de grande escala no Brasil, Itália e Espanha, para a construção de um sistema fotovoltaico no estado de São Paulo.

O Banco do Brasil também não ficou de fora, já possui usinas solares instaladas por todo o país e ainda disponibilizará R$ 200 milhões em limites de crédito para financiar investimentos na instalação de painéis em granjas para a multinacional brasileira do ramo alimentício BRF.

E não para por aí não, um levantamento realizado pelo Canal Solar apontou que pelo menos quatro bancos esperam o crescimento de operações em suas linhas de crédito voltadas para renováveis para este ano: Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Santander e Caixa.

Abaixo, segue os valores contratados em 2020 e as expectativas para 2021:

Banco do Nordeste

O Banco do Nordeste contratou, em 2020, R$ 264,12 milhões por meio da linha de financiamento FNE Sol. O crédito destinado à micro e minigeração distribuída de energia foi atribuído a empresas, produtores rurais e pessoas físicas, em 4.548 operações distribuídas pelos estados do Nordeste e do norte de Minas Gerais e Espírito Santo, área de atuação da empresa. 

Entre os setores que mais contrataram no ano passado o FNE Sol, destacam-se pessoas físicas localizadas em meio urbano, com o montante de R$ 112,9 milhões em 3.713 operações, e o setor de comércio e serviços, com R$ 68,7 milhões em 539 operações.

De acordo com o Banco do Nordeste, a meta para 2021 de contratações do FNE Sol para pessoas físicas é de R$ 80 milhões.

Quanto à geração centralizada fotovoltaica, os valores foram de R$ 1,2 bilhão em 2020. Em 2021, a empresa anunciou que já foram contratados R$ 482 milhões.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil informou que, em 2020, foi comercializado um volume maior que R$ 165 milhões em cotas referentes à aquisição e instalação de sistemas de energia renovável. 

A BB Consórcios disponibiliza aos clientes soluções para aquisição de sistemas de energia renovável por meio de cotas de consórcio nos segmentos de Trator/Caminhão e Outros Bens Móveis, com valores que vão de R$ 7 mil até R$ 240 mil. Segue:

Já com relação ao montante desembolsado na Safra 2019/2020, por exemplo, foi observado aumento de 43% em comparação com a anterior. “Isso reafirma nosso compromisso com o financiamento de fontes de energias limpas e sustentáveis”, disse o Banco do Brasil em nota. 

Para 2021, a instituição financeira espera que esse movimento da empresa em linhas voltadas ao financiamento da implantação de micro e mini usinas geradoras de energias renováveis continue em alta. 

Santander

Segundo Fernando Charrone, superintendente Comercial da Santander Financiamentos, as projeções da empresa com relação aos financiamentos apontam aquecimento do mercado fotovoltaico em 2021. 

“O Santander é o banco do fotovoltaico. A financeira está preparada para atender essa demanda e, também, fomentar novos negócios neste ano. A Santander Financiamentos estima dobrar a sua produção em 2021 em relação a 2020. Isso significa liberar duas vezes mais créditos para financiamento fotovoltaico em todo o Brasil, para empresas e pessoa física”, destacou Charrone. 

“O mercado de energia solar vem em constante expansão tanto pela conscientização ambiental, como pela economia de energia. Além disso, nossas condições comerciais associada ao surgimento de novos parceiros comerciais permitem que este mercado fique ainda mais atrativo”, avaliou.

O executivo ressaltou ainda que o financiamento fotovoltaico pelo Santander, além de competitivo, é muito simples e rápido. “Vale destacar que aumentamos nossa força comercial, permitindo melhor atendimento das empresas parceiras no mercado nacional, além do trabalho com integradores”.

Caixa

As linhas de crédito para financiamento de projetos de ecoeficiência energética da Caixa cresceram 35% no ano passado. Para 2021, a expectativa da instituição é dobrar esse número. 

A empresa informou serem financiáveis máquinas e equipamentos com as seguintes finalidades:

  • Sistema de micro e minigeração de energia por fontes renováveis;
  • Sistema de aquecimento solar de água;
  • Eficiência energética.

A linha BCD Ecoeficiência é voltada para o empresário que busca financiar equipamentos para a geração de energia solar. Nela é possível financiar até 100% dos produtos a serem instalados na companhia para energia fotovoltaica. 

Ainda pela linha de crédito Bens de Consumo Duráveis PJ também são financiáveis até 100% do valor dos bens adquiridos para ecoeficiência energética.

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