O presidente Jair Bolsonaro tem intensificado a sua agenda de viagens pelo país e a pauta da energia solar tem sido uma aliada do governo para aumentar a sua popularidade. Na última quinta-feira (17), o presidente esteve na inauguração da Usina Fotovoltaica Coremas III, em Coremas, na Paraíba.
No fim do mês passado, o presidente participou de uma inauguração da usina solar em Caldas Novas (GO) e, segundo o ministro do Meio Ambiente, Bento Albuquerque, até o fim deste ano possivelmente o presidente participará de novas inaugurações.
“O presidente dá prioridade a todas as energias renováveis, se a agenda permitir iremos inaugurar uma fotovoltaica no Piauí, com 50 MW, em novembro”, disse ao Portal Solar o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. “O potencial energético do Nordeste na produção de energias limpas, como eólica e solar, deve ainda impulsionar as visitas de Bolsonaro à região”, acrescentou.
O governo afirma que 56% da previsão da expansão da capacidade de geração de energia elétrica brasileira até 2026 se dará no Nordeste, com investimentos chegando a cerca de R$ 26 bilhões. Nesse tour, Bolsonaro deve reiterar que até o fim de seu governo não há espaço para taxação do sol, como vem defendendo.
O complexo de usinas inaugurado ontem por Bolsonaro é o maior de energia solar do país e pertence ao grupo privado Rio Alto Energias Renováveis, que iniciou seus projetos em 2011, a partir dos primeiros leilões públicos em que a energia solar foi inserida.
Segundo o governo, o tamanho do empreendimento equivale a aproximadamente 1.100 campos de futebol de módulos solares, capazes de suprir o consumo de 300 mil casas populares. Até o momento, foram investidos cerca de R$ 400 milhões no projeto, que receberá mais R$ 580 milhões até meados de 2021.
O sertão da Paraíba, especificamente a cidade de Coremas, é considerado um dos melhores ponto de irradiação solar do Brasil. O governo cita como exemplo de comparação que a irradiação média da Alemanha, onde a energia solar é bem difundida, equivale à metade da região de Coremas.
De acordo com o governo, a presença do presidente em inaugurações como a de ontem reforça a importância dada para os investimentos em energias renováveis e demonstra o robusto crescimento da geração distribuída no País, que deve terminar 2020 com a expressiva marca de mais de 4GW de capacidade instalada.
Quando finalizado, o complexo contará com 312 MW de potência, com 686 mil módulos fotovoltaicos instalados. A construção do complexo empregou, em média, 400 colaboradores diretos e 2.250 indiretos. Hoje, o complexo possui mais de 90% de colaboradores paraibanos em todos os setores, da gerência e engenharia aos ajudantes de obras.
Apesar de o presidente tentar priorizar essa agenda, o governo tem consciência de que boa parte do avanço desta agenda depende do Congresso Nacional, que tem discutido um marco específico de política pública para a geração distribuída no País.